A floresta emanava fluorescência através dos vidros blindados. Morris observava a visão onírica tendo em vista sua condição atual. Os selenitas impuseram o fascismo; triunfava sobre o mundo a bandeira negra, nela escrita o nome SUED. A voz de uma figura mórbida, nunca antes vista, coordenava agora os passos da humanidade.
O comboio estava lotado; os únicos locais onde era possível ter um mínimo de conforto estavam ocupados pelos repugnantes soldados fascistas. Eram estes espectros lunares, vestiam cinza e sua respiração possuía o som do anúncio da tempestade. Morris sentia desespero, o que por sua vez proporcionava dores em seu peito. Sentia agulhas penetrando sua carne, rasgando seus tecidos e infiltrando seu “ser”.
O ar quente e a realidade distorcida pelas toneladas de metal que compunham o vagão tornavam o clima pouco agradável; o jovem estudante tinha a mente compenetrada por alucinações anarquistas. Sentiu o corpo formigando, os membros inferiores se flexionando e um calor saltando de seu tronco. Uma luz iridescente denunciou a presença biomecânica em seu corpo; engrenagens, circuitos e órgãos artificiais se tornaram aparentes pela pele translúcida. Suas pupilas alvas e seus punhos marcados por trilhas positrônicas indicaram ali a presença de um andróide. Os soldados selenitas tentaram avançar pela turba para deter o invasor.
Os passageiros, encontrando a figura da discórdia em um corpo energético impresso em metal, sentiram raiva. O ataque foi voraz e Morris só pode tentar se encolher. O comboio estacionou em uma estação, as portas abriram-se e o andróide utilizou sua força biônica para empurrar e correr para longe. Uma legião de fascistas, fanáticos e adoradores da constelação da morte se preparou para a caçada. Morris entrou em um elevador transparente como o material de que agora era composto. Esperou que o céu fosse sua última parada.
O movimento vertical ultrapassou os limites impostos pelos números do painel de controle. Em pouco tempo, o andróide pôde observar a escuridão do multiverso envolvendo-o. No cemitério estelar existiam outros humanóides; estes também ejetados do planeta Terra por seus ideais. Morris se encolheu e deixou-se embalar pela solidão eterna; queria apenas ser aquecido pelo ventre da mãe universo.
O comboio estava lotado; os únicos locais onde era possível ter um mínimo de conforto estavam ocupados pelos repugnantes soldados fascistas. Eram estes espectros lunares, vestiam cinza e sua respiração possuía o som do anúncio da tempestade. Morris sentia desespero, o que por sua vez proporcionava dores em seu peito. Sentia agulhas penetrando sua carne, rasgando seus tecidos e infiltrando seu “ser”.
O ar quente e a realidade distorcida pelas toneladas de metal que compunham o vagão tornavam o clima pouco agradável; o jovem estudante tinha a mente compenetrada por alucinações anarquistas. Sentiu o corpo formigando, os membros inferiores se flexionando e um calor saltando de seu tronco. Uma luz iridescente denunciou a presença biomecânica em seu corpo; engrenagens, circuitos e órgãos artificiais se tornaram aparentes pela pele translúcida. Suas pupilas alvas e seus punhos marcados por trilhas positrônicas indicaram ali a presença de um andróide. Os soldados selenitas tentaram avançar pela turba para deter o invasor.
Os passageiros, encontrando a figura da discórdia em um corpo energético impresso em metal, sentiram raiva. O ataque foi voraz e Morris só pode tentar se encolher. O comboio estacionou em uma estação, as portas abriram-se e o andróide utilizou sua força biônica para empurrar e correr para longe. Uma legião de fascistas, fanáticos e adoradores da constelação da morte se preparou para a caçada. Morris entrou em um elevador transparente como o material de que agora era composto. Esperou que o céu fosse sua última parada.
O movimento vertical ultrapassou os limites impostos pelos números do painel de controle. Em pouco tempo, o andróide pôde observar a escuridão do multiverso envolvendo-o. No cemitério estelar existiam outros humanóides; estes também ejetados do planeta Terra por seus ideais. Morris se encolheu e deixou-se embalar pela solidão eterna; queria apenas ser aquecido pelo ventre da mãe universo.
2 comentários:
Nesse conto fiquei com curiosidade de conhecer mais os seus selenitas. Personagens fascistas e fanáticos dão um bom caldo de personalidade desviada e louca. O que é a constelação da morte? Como se organizam os rebeldes em relação a essa ditadura? Como é o cotidiano das pessoas/personagens? SUED, o que é? Essa resposta talvez apareça em outro conto, não é mesmo? Apenas levantei essas questões, pois acho que temos aqui um conto que pode ser mais extenso. Com uma idéia realmente interessante a ser explorada: os regimes totalitários. Gostei bastante da cena narrada, é um recorte completo de uma ação que faz com que comecemos a pensar em outras questões que ainda não foram respondidas. Percebi que a temática se assemelha a usada no outro conto, aquele do personagem LIev. Já poderia reconhecer o seu texto em outros lugares, a partir da temática. É, certamente uma composição de estilo o que percebi. Parabéns.
Passei por aqui de novo. E acabei de descobrir que o texto de ficção cientifica foi escrito por você, Cezar. E o outro, do personagem Liev, pelo seu amigo. Isso torna a perspectiva da temática mais interessante ainda. Os textos, de certa forma, se encaixar, ao menos na minha visão. Isso mostra que vocês estão em sintonia. Legal. Um abraço!
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