Seu Inácio terminou de limpar a casa e foi para o sótão. Dedicava-se às invenções, estas agora contempladas por suas bifocais: pregadores de três pontas, um varal a manivela (extremamente barulhento), chaveiros de pisca-pisca e outros constrangimentos.

Sua filha era a única a comprar suas invenções. Não herdou sua criatividade, apenas seu carro, um Chevy 64'. Tinha um namorado paralítico, que via nos presentes simples do sogro a alegria de seus dias.

No entanto, em cada átomo de suas obras, no âmago escuro e indivisível do Mistério, lá estava o Seu Inácio criando uma máquina do tempo, uma cura, um jeito certo de dizer adeus.

Na claridade taciturna dos dias, em sua vida, seu Inácio formulou um jeito novo de chorar.

6 comentários:

Cezar Berger Junior disse...

Ficou muito bom. Consegui sentir o texto até mesmo sem o acompanhamento da música!

Roberto Colombo disse...

Realmente, muito bonito! Senti a simplicidade do Seu Inácio!
De mais! Quanto ao banner, lá no Origaming tem, no item "Link-me" na esquerda!
Manda seu banner sim!Abraço!

Roberto Colombo disse...

Então tá tudo certo!
O seu banner já tá lá!
Abraço!

Anônimo disse...

Uma pena q o blog morreu!!

Roberto Colombo disse...

Pô, tô sentindo falta dos contos!
Não desistiram, né?
Abraço!

Jonatas Tosta disse...

foi o que mais gostei até agora